3 de abr. de 2013

Azul esverdeado




Azul esverdeado

Olhos castanhos, cárceres de minha vida,
deixe-me ir, apenas ir
ao encontro de sorrisos gratuitos
de amor verdadeiro
e de paz que não há no teu olhar;
deixe-me livre.

Deixe-me mergulhar no azul esverdeado
onde eu não tenha que implorar em vão
pelo esforço de seus sorrisos
pelo vazio de suas promessas
pela frieza de suas mentiras
e pela delicadeza de suas incertezas.

Deixe-me ir sem levar lembranças
sem deixar rastros
deixe-me fingir certeza de tua certeza;
incerta e estúpida certeza.

Deixe-me ir e esquecer-me de tudo
Esquecer que te amei, que te amo
Esquecer a felicidade, a tristeza, a saudade;
Deixe-me, enfim, te deixar.

Iara


Um comentário:

  1. Quantas pétalas, quanta pele, quanto rádium em explosões criativas! Dói-me vê-la assim, tão desassossegada, mas como sádico fico na plateia a deliciar a dor de suas feridas, as angústias de suas incertezas.
    Quisera voltar aos meus vinte e cinco anos e, livre, oferecer-lhe meu abrigo, acolhê-la no conforto de meus braços. Reconheço que sequer me aguento e nessa angústia de inércia, apenas me cego no brilho criativo de suas feridas. Sei que não devia, mas meus olhos nunca compreendem minhas razões e se deixam inundar muito facilmente!
    Nem posso dizer que amei seu poema, embora compreenda que amar é sentir dor, é também sofrer. E nisso, meus olhos têm toda razão desse mundo!

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