Kusudama Etna,dobrado na proporção 2:5, de Maria Sinayskaya.
A combinação de cores me fez pensar nos belos azulejos portugueses e, como sempre,em alguma poesia que pudesse exprimir este momento.
Eis o poeta português, Ary dos Santos, repleto de nostalgia:
Azulejo
Azulejos da cidade
numa parede ou num banco,
são ladrilhos da saudade
vestida de azul e branco
Bocados da minha vida
todos vidrados de mágoa,
azulejos, despedida
dos meus olhos, rasos de água.
À flor dum azulejo, uma menina;
do outro, um cão que ladra e um pastor.
Ai, moldura pequenina,
que és a banda desenhada
nas paredes do amor.
Azulejos desbotados
por quanto viram chorar.
Azulejos tão consados
por quantos viram passar.
Podem dizer-vos que não,
podem querer-vos maltratar:
de dentro do coração
ninguém vos pode arrancar.
À flor dum azulejo, um passarinho,
um cravo e um cavalo de brincar;
um coração com um espinho,
uma flor de azevinho
e uma cor azul luar.
À flor do azulejo, a cor do Tejo
e um barco antigo, ainda por largar.
Distância que já não vejo,
e enche Lisboa de infância,
e enche Lisboa de mar.
O diagrama do kusudama pode ser encontrado
aquiO diagrama da caixa
aqui.