27 de jan. de 2013

Ambivalência



Ambivalência

Tu, ambivalência em pessoa,
que entre tristezas  e alegrias
mergulhas e respiras
saltas num segundo
do vinho à água fresca
da loucura ao equilíbrio
e assim vais, meio que sem saber
onde vai dar, o que vai rolar
querendo mais do que liberdade
mais do que ela poderia dar.

Tu, que nem pensas direito,
que num impulso se joga
e num segundo se acolhe
se arrepende, se maltrata
choras depois de tanto sorrir
e sofres em uma lágrima
o que não sorristes em mil sorrisos
quase desiste, quase avança
se desespera, se encoraja
se sente só, se cansa de tanta gente.

Faça uma poesia!
que alivia o tédio
do desprezo e da mesmice
te sara dessa asia
dessa loucura equilibrada
desse equilíbrio insano
digere a apatia
colore o urbano
e revigora a coragem
a tanto tempo reprimida.

Mas não te iludas!
às 5:30 tudo é mentira
o amor adormece
a beleza envelhece
o olhar se fecha
o afago machuca
a mão se encolhe
o beijo esfria
o sonho termina
a selva se abre.

Iara



Um comentário:

  1. Que lindo poema!
    Ao mergulhar nesses versos pesquei um trapezista entre o equilíbrio e o abismo, entre a partida e a chegada, entre o tudo e o nada... Cantei as glórias e as derrotas, os sonhos e os pesadelos de uma existência vil. Saudades!

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