27 de jan. de 2013

Ambivalência



Ambivalência

Tu, ambivalência em pessoa,
que entre tristezas  e alegrias
mergulhas e respiras
saltas num segundo
do vinho à água fresca
da loucura ao equilíbrio
e assim vais, meio que sem saber
onde vai dar, o que vai rolar
querendo mais do que liberdade
mais do que ela poderia dar.

Tu, que nem pensas direito,
que num impulso se joga
e num segundo se acolhe
se arrepende, se maltrata
choras depois de tanto sorrir
e sofres em uma lágrima
o que não sorristes em mil sorrisos
quase desiste, quase avança
se desespera, se encoraja
se sente só, se cansa de tanta gente.

Faça uma poesia!
que alivia o tédio
do desprezo e da mesmice
te sara dessa asia
dessa loucura equilibrada
desse equilíbrio insano
digere a apatia
colore o urbano
e revigora a coragem
a tanto tempo reprimida.

Mas não te iludas!
às 5:30 tudo é mentira
o amor adormece
a beleza envelhece
o olhar se fecha
o afago machuca
a mão se encolhe
o beijo esfria
o sonho termina
a selva se abre.

Iara



4 de jan. de 2013


“Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa. Me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo. Um amor susto. Um amor raio trovão fazendo barulho. Me bagunça. E chove em mim todos os dias.”
Caio Fernando Abreu









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